Paralisação

Simers prorroga novamente paralisação em atendimentos ao IPE

Números de adesão apontados pelo sindicato divergem dos citados pelo plano de saúde estadual

Foto: Divulgação - Paralisação que já dura um mês foi prorrogada até dia 23 de maio


Quase um mês após a paralisação de atendimentos aos serviços do IPE Saúde por parte de médicos credenciados ao Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que tinha previsão inicial de durar três dias, foi prorrogado pelo menos até o dia 23, quando a assembleia dos profissionais deve ter nova reunião. Outra decisão tomada no último encontro é pelo licenciamento temporário por 30, 60 ou 90 dias. Acerca da adesão, o sindicato não dá números específicos, mas estima que em torno de 70% dos profissionais não vêm atendendo ao plano de saúde. No entanto, o IPE diz que o impacto na prestação dos serviços ficou entre 10 e 15%.

A deliberação ocorreu na noite de terça-feira, quando 85% dos cerca de 200 médicos presentes votaram a favor. O diretor do Simers em Pelotas, Marcelo Sclowitz, diz que não possui dados locais, já que a questão é debatida pela equipe de Porto Alegre. Via assessoria, o Simers aponta que "a adesão específica é bem complexa de se fazer, mas em nível estadual já passa da casa de 70% de adesão da categoria."

No entanto, a assessoria do IPE diz que " está com o funcionamento normal de seus sistemas e orienta os segurados a buscar alternativas de atendimento no Guia Médico Hospitalar, que traz possibilidades de médicos, hospitais e demais tipos de prestadores credenciados no guia médico hospitalar, no site." O órgão diz que os números indicam que houve uma redução entre 10% e 15% de dias normais, o que está dentro da expectativa. Hoje, há um total de 6.370 médicos, 244 hospitais, 660 laboratórios e 54 pronto socorros credenciados ao IPE Saúde em todo o Estado.

Reestruturação
Enquanto a categoria mantém as demandas, o IPE Saúde e o governo do Estado vêm trabalhando no aprimoramento da proposta de reestruturação apresentada em abril. "A proposta prevê a implantação de um amplo projeto de reestruturação que trará sustentabilidade ao Sistema como um todo e permitirá promover reajuste nos honorários médicos, conforme a aprovação da proposta aprovada na Assembleia Legislativa", defende o IPE, via nota.

O Simers, porém, não vê com otimismo a proposta. Parte já divulgada, o possível encaminhamento de cerca de R$ 140 milhões que seriam acrescidos para a remuneração dos médicos foi considerado insuficiente pela assembleia desta terça. Em conversa com o Diário Popular, o presidente do Simers, Marcos Rovinski, aponta que o valor estaria abaixo da reposição necessária, já que os honorários médicos de serviços prestados via IPE não são reajustados há 12 anos. "Isso aí, ainda assim, seria um aumento considerado pequeno em relação ao que seria a proposta da categoria, que seria a implementação da CBHPM [Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos]." Ele critica que o governo do Estado não teria interesse nesta implantação e que, além disso, não foi explicado qual seria o impacto dos R$ 140 milhões dentro de cada procedimento.

O Simers diz estar mantendo reuniões constantes com agentes públicos, deputados e com o próprio IPE Saúde. Ele, no entanto, mantém o pessimismo, dizendo que grande parte dos profissionais vão pedir licenciamento, enquanto outros já estariam abandonando de vez a prestação. "Alguns colegas já estão se descredenciando, ou seja, rompendo o vínculo definitivamente com o IPE Saúde em função de não acreditarem muito nas possibilidades de melhora substancial dos honorários", afirma o presidente. Entre as alegações atuais do Simers, estão os repasses bastante abaixo dos praticados atualmente pelo mercado, como como R$ 18,55 por uma visita hospitalar ou R$ 336,01 bruto por um parto, R$ 63 por um atendimento pediátrico, entre outras questões

Linha do tempo
5 de abril - Anúncio de paralisação de três dias aos atendimentos do IPE Saúde
10 de abril - Início da paralisação
12 de abril - Governo do Estado anuncia reformulação do IPE Saúde
14 de abril - Prorrogação da paralisação até 2 de maio
2 de maio - Prorrogação até 23 de maio


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